Pular para o conteúdo principal

Não vai ter Golpe! Já teve. A República virou balcão de negócios

Teobaldo Pedro de Jesus

Em 1992,durante a votação do Impeachment de Fernando Collor, seus defensores o chamavam de golpe branco, no que era duramente rebatido por todas as forças de esquerda, incluído entre elas estava o PT. Lula, magoado pelo golpe baixo de Collor que mentira para ganhar a eleição, juntamente com Zé Dirceu, Zé Genoíno e outros aliados deu tudo de si para afastar Collor, embora tivesse deixado claro que fariam oposição ao vice que assumiria Itamar Franco. Era um jogo de momento. O importante era afastar o líder do Governo que corrompia a República.

Collor saiu, Itamar assumiu e, pasmem, no dia seguinte o sol nasceu de novo. Itamar governou 2 anos e seu maior legado foi estabilizar a Economia através do Plano Real. FHC era seu Ministro da Fazenda e por causa disso foi eleito seu sucessor. Não existia reeleição e a oposição acusou FHC de transformar a votação em um balcão de negócios comprando votos para aprovar a mesma. Toda a oposição foi contra a existência da reeleição mas estranhamente quando chegaram ao poder a mantiveram.

Bem, quem tem 2 neurônios já entendeu aonde quero chegar. Dilma ficando ou saindo o legado que ficará para a História é que, desta vez, houve balcão de negócios dos dois lados. Uns no Palácio Jaburu, sede da vice-presidência. Outros em um luxuoso quarto de Hotel em Brasília. Há apenas um fato em comum aos dois lados que flertam com os deputados "indecisos" (leia-se quem me dá mais?). E é uma pergunta: O QUE VOCÊ QUER PARA VOTAR A FAVOR DA GENTE NO IMPEACHMENT?

Lamentavelmente, a política está enferma e entubada em uma UTI, com sérios riscos à sua estabilidade e sobrevivência. Particularmente penso que o melhor para o Brasil seria a proposta de uma nova eleição. Mas, avaliando o contexto e os ânimos seria arriscar dividir o país em uma convulsão social de inimagináveis e imprevisíveis desfechos.

Bem, tomando por base o que relatei o no início sobre Collor, votar pela saída não é golpe e pela permanência não é traição à nação. É tudo uma questão de visão e interpretação. Eu votaria pela saída, pelo que, no meu entender, ajudaria a desfazer a rede de corrupção que se instalou no Governo. Mas, nos meses subsequentes estaria avaliando o governo do sucessor para ver se, então, apoiaria a tese de novas eleições ou sua cassação, tal qual sua antecessora. Tempos difíceis estes que vivemos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Somos transportadores de glória ou condutores de conflitos?

   Autor: Teobaldo Pedro de Jesus.  Li o comentário de uma jovem acerca disso e ponderei um pouco. De fato, aqui na Terra como morada do Espírito Santo, somos "transportadores da glória do Pai por onde andarmos" . A pergunta que não quer calar, no entanto é a seguinte: O que estamos fazendo com isso? Muita gente já perdeu a percepção espiritual do que significa levar a glória de Deus através de sua vida por onde andar e passou a confundir isso com mero proselitismo, adoção de usos e costumes ou um "evangeliquês", muitas vezes irritante e completamente distante da prática na vida de quem o usa (e o que os faz parecerem hipócritas - e alguns de fato o são - ao dizerem uma coisa e viverem uma realidade oposta ao que pregam). Para outros um transportador da glória do Pai tem que se manter distante "dos imundos dessa Terra" para "se manter puro e santo". Ao agirem assim incorrem no grave erro se prejulgarem os demais se achando m

Púlpito: Palco de exibicionismo ou altar de transformação?

Teobaldo Pedro de Jesus Para muitos a prática tem sido a primeira opção. Muitos púlpitos se transformaram no lugar da encenação da Graça, da profanação da verdade e da mistificação da fé. Esse local sagrado de onde deveria emanar apenas a palavra, algumas vezes, se torna fonte geradora de ódios, torneira de ressentimentos e mágoas ou alvo de holofotes narcísicos, travestidos de espiritualidade, mas que não passam de neofarisaísmo pós-moderno , cujo objetivo mor é alçar à condição de estrelas pop-gospel seus ocupantes. Talvez por isso o que é mais almejado hoje, em detrimento do conselho do Apóstolo Paulo a seu discípulo Timóteo, não mais a missão do episcopado e pastoreio e sim aposição de destaque no rebanho. Muitos, apesar do discurso, não são mais servos e sim estrelas. Não mais amigos e sim dominadores, apesar de todas as recomendações do Apóstolo Pedro. Quando o púlpito se torna um palco se faz lugar de representação, disfarces e máscaras. A unção é substituída pela at