Teobaldo Pedro de Jesus
Um dos dramas familiares modernos está retratado no
título deste texto. Prolifera-se hoje um crescente número de homens
insatisfeitos com a vida que têm, desencantados com a falta de perspectivas,
com sonhos frustrados e desistidos da arte de amar pelo prazer de amar.
Paralelo a isso cresce, em igual proporção, outro
número incômodo. O de mulheres mal-amadas, entristecidas com a perda do fiapo
de esperança do chamado amor romântico, desbancadas do sonho com o seu príncipe
encantado idealizado, assustadas com a grotesca realidade de ter consigo um
ogro, e não mais um amante apaixonado.
Tais desencantos desalentadores se dão, em parte,
pelo equívoco da expectativa de quem insiste esperar no e do outro aquilo que
não se dispõe a dar. Como pode exigir aquilo que não se atreve a dar ao outro e
se não mais acredita ser possível fazer ressurgir das cinzas esvoaçantes da
escassez romântica o amor conjugal? Alguém precisa amar primeiro para que o
outro dê, então, o próximo passo. Esse alguém pode ser você.
Há homens solitários e entristecidos, que se sentem
mal-amados e abandonados à mingua do amor, como se de migalhas sobrevivesse.
Assim como há mulheres famintas por vida, por amar e serem amadas, ou ao menos
se vislumbrarem desejadas, desse modo, por seu amor.
Tais pessoas carentes, de ambos os sexos, se tornam
presas fáceis nas mãos de um sistema sexólico, manipulador e cruel, que usa e
abusa, estuprando quando não o corpo, o ser interior na alma violada de forma
vil, covarde e fatal. Urge que algo seja feito, que se ame para obter amor, que
se dê para então receber; que se entregue para então conquistar. Urge amar.
Então, não espere pelo outro, ame primeiro. Ame agora.
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