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O Caso Beatriz e as Vítimas Colaterais Esquecidas


Teobaldo Pedro de Jesus

Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti. Friedrich Nietzsche – Um abismo chama outro abismo – Bíblia.

Pouco ou quase nada se está falando sobre os efeitos psicológicos que a morte da menina Beatriz trouxe sobre a vida de centenas de crianças em Petrolina especial as do Colégio Maria Auxiliadora. Assusta-me o silêncio indiferente da Escola que, se por um lado, não tem culpa direta do ocorrido, tem a responsabilidade de, ao invés de se blindar e silenciar, ser parte mais empenhada na busca e cobrança por soluções .

A Escola ficará marcada para sempre por esse fato. Mas pode minimizar muito isso construindo uma imagem pública de maior solidariedade e engajamento social, inclusive se colocando mais ao lado da família e promovendo meios que ajudem a minimizar a dor porque ora passam centenas de famílias em todo Vale, usando seu excelente grupo de profissionais na construção de linguagens e reflexões por meio de eventos que ajudem, de alguma forma, a minimizar esta dor. Recomendo a todos muita cautela nesta hora e que não percamos o foco: Todos querem que o crime seja elucidado. Mas, em meio a tudo isso, vigiemos. Recebi hoje um excelente texto de um jovem pastor, pai e pedagogo, que me emocionou bastante e inspirou no texto acima. Leiamos.

"Tenho acompanhado o caso da menina Beatriz e penso em cada criança que se encontra enferma emocionalmente. Penso nas possíveis crises de ansiedade, pânico ansiedade e medo, desenvolvendo até mesmo doenças físicas em algumas. Oremos em todos os sentidos e dimensões por esta situação. Oremos para que ao final o nome do Pai Celeste seja glorificado .

Toda ajuda é útil neste momento. Mas tenho orado para que Deus conforte e restaure aos pais de Bia, principalmente. Hoje falei sobre o Judas em potencial que existe dentro de cada um de nós. E que só Deus nos conhece, por isso precisamos permitir que Ele nos cerque e coloque sobre nós suas mãos...como diz o SL139. Chamamos muitos de monstros. Mas não consideramos os monstros que querem brotar em nós...

Concordo, apoio e estou feliz com as mobilizações para elucidação do caso da menina Beatriz. Mas não podemos deixar de orar. Sabemos que nossas armas são espirituais. E quando a Igreja ora, tudo o que está oculto é revelado. Oremos por Justiça como um instrumento de consolo, em especial na vida dos pais e demais familiares.

Não esqueçam que a morte de Beatriz está gerando outros tipos de mortes, em especial nas crianças e famílias do Colégio. Morte dos sonhos, morte da segurança, da autoestima e do aprendizado nas aulas. Oremos. Morte gera morte... Mas Jesus veio para trazer vida, e vida em abundância”.

Willames Magno de Oliveira. Pai de 2 crianças, pastor e pedagogo.

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