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Que tal o islã também ser tolerante com os cristãos?

Teobaldo Pedro de Jesus

Em tempos do "politicamente correto" e gestos de altruísmo humanitário às vezes se obstrui o pensamento lógico o qual nos permite enxergar mais longe e além, ponderando prós e contras de ações que nos sobrevém ou partem de nós. O peso dos imigrantes chegando aos milhares à Europa contribuirá em um curto tempo para a islamização da Europa. E não falo isso por ser cristão ou anti-islâmico. Nada disso! Digo por que conheço a doutrina do islã e o modo como lidam com territórios aonde se instalam. Isso sem mencionar de que há uma forte suspeita em toda a Europa de que o Estado Islâmico (ISIS em inglês) esteja com agentes infiltrados entre os que de fato buscam por uma vida melhor. Seria bem mais barato e menos arriscado, a curto e médio prazo, investir em melhores condições de vida para estas pessoas aonde elas se encontram, ao invés dos bilhões da indústria da guerra.  E que tal o mundo islâmico também ser mais tolerante e protetor com seus concidadãos que professam a fé cristã e são mortos por isso?

No entanto, não sou alguém alienado em compreender que o establisment europeu capitalista vê na chegada dos imigrantes a possibilidade de um neoescravagismo com mão de obra barata por um longo tempo, até que eles se acomodem, adquiram cidadania, se sindicalizem e lutem por direitos iguais aos demais cidadãos europeus. Até lá veremos uma onda cada vez mais crescente e perigosa, tanto para os que vem quanto para os que os recebem. Isso por que a possibilidade de ações desesperadas quando muitos ficarem de fora das cotas dos que poderão entrar nos países do norte europeu, os mais ricos, será cada vez mais crescente e preocupante.

Por outro lado, e infelizmente, haverá xenofobia, aversão a estrangeiros, efervescente em todos os países disfarçada de manutenção das “tradições cristãs” as quais a maioria dos europeus já baniram de suas vidas há muito tempo. Países que optaram por transformar templos cristãos em lojas de departamento, galerias de arte ou museus, e que só vão aos serviços religiosos em épocas festivas, não têm legitimidade nenhuma para requerer a manutenção do que já abandonaram voluntariamente. No caso, princípios e valores cristãos, estes substituídos por conceitos humanistas ditos pós-modernos.

Agora, com a chegada dos muçulmanos, a Europa inteira - com exceção de alguns enclaves islâmicos, além dos milhões deles já existentes em todo o Continente - frutos de outras levas migratórias - e seus descendentes - a Europa de repente se “redescobre” cristã e tenta assim legitimar o embargo à entrada dos filhos das ex-colônias, espoliados por séculos, de muitas formas e agora invadindo o quintal dos seus antigos colonizadores para “cobrar uma conta social” mais que atrasada.

Porém, há um lado bom e positivo a ser encarado por cristãos sinceros e de boa fé: Uma Europa “invadida” por refugiados muçulmanos será um fecundo campo missionário entre estes, pois estarão em Nações cujas leis não obstruem a Pregação do Evangelho de Jesus. Falta, à Igreja que reclama, rechaça e ora contra eles, senso de oportunidade para lhes dar boas vindas não só com palavras, mas também com ações de Amor Cristão que legitimem seu discurso de fé altruísta. E mesmo que nenhum deles se converta à fé cristã estará com isso praticando o que Jesus lhes ensinou. Lembremos que a maior marca do cristão não é a cruz ou algum gesto ritualístico e sim o AMOR. Esta é a marca pela qual o Mestre disse que o mundo nos reconheceria como seus discípulos.

É a vez da Europa mostrar sua cara, humanitária e cristã, ou o Ocidente em curto prazo pagará um preço muito maior ainda. É também a hora dos Governos reverem sua politica de guerra na reordenação da chamada Geopolítica Mundial (ordem de poder e influência das nações do mundo) ou a “horda de refugiados” tenderá a crescer, cada vez mais, pelo recrudescimento de conflitos, regimes ditatoriais respaldados por governos europeus ou pela política da fome através de organismos financeiros que atropelam nações e as obriga a se empobrecer pelo pagamento de juros escorchantes e metas fiscais amordaçantes, asfixiantes e paralisadoras quanto ao Desenvolvimento Social e Econômico desses países. Acorda e se reinventa Europa, pois o seu tiro começou (ainda que tardiamente) a sair pela culatra. Mais barato e menos arriscado, a curto e médio prazo, é investir em melhores condições de vida para as pessoas nos países aonde se encontram, ao invés dos bilhões gastos com a Indústria da Guerra.

Enfim, a grande leva de muçulmanos a se espalhar por toda Europa preocupa de forma coerente e legítima aos governos, pela possibilidade plausível de que infiltrados entre eles estejam muitos terroristas. Porém, se a Europa, que se diz cristã, fechar os olhos e recolher o braço acolhedor aos milhares, que poderão se tornar milhões, perderá a oportunidade histórica de revelar ao islã, em uma maior escala, o que significa amar segundo a fé em Jesus.


É motivo legítimo de preocupação os cuidados por conta dos ataques terroristas no mundo. Contudo, isso não serve de desculpa para a omissão à Solidariedade e o Amor, que não são valores apenas cristãos, mas também humanistas. Pelo menos no texto que considera todos os homens iguais. A Europa esta sendo testada, sob a ótica cristã e humanista no que tem de mais emblemático nas palavras que abriram caminho após a Revolução Francesa para o conceito de Democracia que rege a maior parte do mundo livre: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Nunca foram tão testadas como agora.

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