Teobaldo Pedro de Jesus
A terceira guerra mundial já começou e nós não nos demos
conta disso. Só que ela não é mais de Nação contra Nação e sim de ideologias e
visões de mundo divergentes fruto do chamado choque das civilizações. Somente
uma ação inclusiva, de respeito e convergência cultural, sem com isso
prescindir da liberdade do outro, será capaz de minimizar o efeito disso e até mesmo
erradica-lo a médio e longo prazos.
A forma provocativa, ainda que sob a forma de publicações de humor através de charges, só contribui para o aumento desse universo composto por gente
ferida e ultrajada na alma, e que por se sentirem agredidos se dispõem a tudo, e contra todos, na defesa de seus
valores crenças e princípios, ainda que os contrariando pelo uso da violência.
A forma ostensiva como o massacre em Baga vem sendo tratado
revela uma pauta seletiva, excludente e repulsivamente elitista. A morte de
europeus brancos, anárquicos e influentes na Mídia é mais
interessante por atender a interesses de um segmento em busca de ícones
representativos que possam ser alçados à condição de heróis pós-morte, travestidos
de mártires daquilo que eles mesmos atiçaram com seus atos. A Charlie Hebdo estava à beira da falência, com uma tiragem
de 60 mil exemplares amargava perda de eleitores, acumulava críticas e atraia
uma oposição cada vez mais crescente de parte da sociedade que acreditava que
suas ideias e a forma de defendê-las era demasiado agressiva e poderia gerar
atos de violência desnecessários contra o povo francês. Este libertário nas ideias,
mas como outros apavorados com o terror.
É necessário que as pessoas livres se manifestem e se
expressem condenando toda e qualquer forma de ataque contra a vida, em especial
no que diz respeito a atentados motivados por interpretações ideológico-religiosas
radicais. O massacre em Baga não pode ser esquecido como o foram inúmeros
outros anteriores e nos quais morreram milhares de vítimas inocentes. Je suis
Baga, je ne suis pas Charlie. Je suis Chretién. Eu sou cristão!
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