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Sair da Ilha não é a melhor forma de conhecê-la.


Teobaldo Pedro de Jesus

Saramago era genial. Ele disse: "que é necessário sair da ilha para ver a ilha e que não nos vemos se não saímos de nós" Contudo, tenho discretas discordâncias dele nesse enunciado emblemático sobre o ser. Isso depende do conceito de "se ver".

 Fora da ilha veremos seu contorno e entorno geográfico, ou seja, veremos a beleza ou feiúra exterior. À distância perceberemos como ela aparenta ser e se apresenta aos olhos. Porém, somente habitando nela é que seremos capazes de a conhecermos como de fato é, ao convivermos com suas delícias e perigos, Força e fragilidade. E só assim veremos a essência do que oculta em suas entranhas estruturais.

Observando-a de fora seremos meros contempladores. Por outro lado, habitando nela, e convivendo com em seu "habitat interior" seremos participantes de sua existência e até restauradores de sua essência no que for possível refazer.

Prefiro imaginar que somente pela auto-imersão, profunda e sem medo das descobertas, será possível descobrirmos onde nossa estrutura está abalada ou ameaçada de desabar. Insisto que a observação de fora é meramente contemplativa, posto que nos é "impossível sairmos do eu". Mas nos é facultado o desafio do automergulho, com coragem,  para DESCOBRIMOS QUEM SOMOS.


Isso pode até parecer assustador, mas é absolutamente necessário. Ninguém reedita aquilo que não investiga e percebe erros Eis aqui, a meu ver, o nosso mais profundo, intenso e maior desafio! 

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