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O canto da cigarra e as alegrias da minha infância

Teobaldo Pedro de Jesus

Minha infância teve escassez de dinheiro e bens materiais, mas transbordou de amor, graça e bondade. Cresci em um lar feliz, em meio à simplicidade de pai e mãe que nos amavam, eu e meu irmão. A casa era pequena, pouco mais de 4m de largura. Dormíamos na cozinha, em uma cama de casal, só havia um quarto na casa. Isso era ótimo, Já que lá o inverno era frio e mainha deixava o fogão de lenha aceso para nos aquecer. Após a morte de painho, tínhamos respectivamente eu 11 e Edvaldo 9 anos. Fui trabalhar um turno para ajudar nas despesas de casa. Ajudava a carregar pesadas toras de madeira em uma serraria. Por causa disso desenvolvi um problema de saúde, já que era franzino.

Foi uma época difícil, porém de muita unidade familiar e amor. Nós éramos muito felizes e não sabíamos. Em meio à dor e o sofrimento, isso me ensinou a ser resiliente. Aprendi a encontrar forças nas perdas e enxergar beleza em meio às escuridões da vida.

Mas existiam algumas coisas que Deus nos presenteava anualmente e que nos alegravam demais. Um exemplo disso era a época da tanajura quando as capturávamos e espetávamos as coitadas para correr com elas batendo as asas. Eu me arrependo e envergonho disso. Mas tinha outra coisa, melhor ainda. Capturar CIGARRAS, no pé de abacate ou no único coqueiro que havia em nossa casa. Que doces memórias tenho disso. Ah,a nossa infância! Um tempo bom que não volta mais.

Eu gostava demais do som da cigarra. Colocava na mão fechada e ficava ouvindo aquele som estridente e intermitente. Era por algum motivo apaziguador para a minha alma ouvir aquele som que hoje identifico muito com certo som usado nas meditações. Aquilo realmente me acalmava. Era gostoso demais ouvir aquilo, pois era um som muito gostoso.

Curioso que enquanto eu pesquisava imagens de cigarra, de repente em um programa de TV começaram a falar de que? Cigarras! Que incrível!

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