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A Síndrome de Saul e a necessidade de aprovação do mundo


Os homens estão ficando loucos, possuídos por uma sanha maldita de serem aceitos e aprovados pelo mundo a qualquer preço, se submetem a situações ridículas que contradizem todas suas crenças e sistemas de valores, quer sejam morais, espirituais, éticos familiares ou religiosos (para quem ainda os tem).

A Síndrome de Saul se caracteriza pela negação da vontade de Deus em nossa vida e na do outro. Não aceita-la é ato de rebelião contra Deus e nenhum discurso de legitimidade, por mais belo que seja mudará esse ato. Há como nos dias de Saul, após saber que Davi seria Rei em seu lugar, uma necessidade compulsiva e doentia de matar "o escolhido de Deus" que ameaça seu lugar, nome, fama ou posição. E isso, muitas vezes, se dá por meio da perseguição, desconstrução ou desmoralização do outro, ao mesmo tempo em que se busca avidamente "a aprovação, favores, benefícios e aplausos dos homens."

No afã por tal aceitação e neutralização do outro muitos se comportam de forma tão ridícula que se tornam caricaturas do que já foram um dia, passando a adotar comportamentos, ações e reações completamente contrárias a tudo que o marcou na vida e identificou seu caráter.

Saul perseguiu Davi e quis matá-lo porque era inaceitável aos seus olhos que Deus o rejeitasse e escolhesse outro. Ao invés de se arrepender de seus erros e buscar o favor do seu Deus ele preferiu permanecer na arrogância do cargo de Rei e disso se utilizou para tentar destruir Davi. Bem ao contrário dele, Davi teve oportunidades de matar e destruir Saul, no entanto não o fez por temer ao Senhor que o ungiu rei por meio do seu profeta. Existia na alma de Davi a nobreza do caráter de quem adquire sabedoria pelo temor do Senhor e a reverência a sua vontade e Palavra. O exemplo de Davi nesse episódio é digno de ser imitado quando somos difamados, perseguidos ou maltratados por quem quer que seja, apenas por estarmos na posição e condição que o Senhor escolheu que estivéssemos.


Não ceder à tentação de devolver injúria com injúria, difamação com difamação ou calúnia com outra igual é o que revela a essência do caráter de quem assim reage. A maledicência ou a torcer pelo fracasso alheio decorre de uma alma doentia e distante de Deus, dos Seus planos e propósitos. Entregar a Deus algo que não conseguimos compreender ou aceitar é agir como o Mestre que no Monte pediu que o Pai passasse d’Ele o cálice da dor, do sofrimento e da morte terrível que o aguardava, mas que em seguida optou por se submeter à vontade do Pai em obediência e amor.


Aprendamos a não lutar contra aquilo que o Senhor determinou, entreguemos a Ele nossos caminhos, descansemos n'Ele e prossigamos para o alvo, sempre firmados na verdade de Suas promessas, sem retaliar a ninguém que por ventura nos tenha causado algum mal. Ao contrário disso, sejamos como Jó que orou pela sorte de seus amigos e enquanto siso Deus o abençoava mais e mais. Pensemos nisso.


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