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"Retirada" dos SÍMBOLOS RELIGIOSOS: Ponderemos!


Teobaldo Pedro de Jesus

"Dilma 'retira' símbolos religiosos de seu Gabinete e gera polêmica." - Pergunto: Pequenos gestos podem indicar intenções ocultas? Talvez! No entanto, para mim a discussão real precisa ser aprofundada, pois vai muito além da retirada de símbolos. O crucifixo católico, com a imagem do cristo crucificado) e a Bíblia comum a todos cristãos, com a Mensagem do CRISTO RESSURETO que venceu a morte na cruz. Particularmente eu TROCARIA sem pestanejar, a PRESENÇA DOS SÍMBOLOS FÍSICOS POR AÇÕES que evidenciassem a presença do IDEAL, PRINCÍPIOS e VALORES CRISTÃOS, nas escolhas e decisões desse Governo. Símbolos imateriais, absolutamente necessários, pelos quais devemos lutar e exigir sua aplicação na vida cotidiana da Nação, em especial nas ações do Governo.

Curioso é que ela não fez isso durante o primeiro mandato. O que mudou? Último mandato dela! O Estado é Laico, mas o povo não. Embora 96% da população professe ser cristã (católica, evangélica, ortodoxa e outros), cresce o descaso com estes em detrimento da pressão articulada de setores intelectualizados e minorias autoproclamadas de progressistas, mas que não respeitam quem deles diverge e muitos deles são anticristãos. Durante muito tempo evangélicos condenavam a existência de símbolos católicos em locais públicos, alegando que o Brasil não tem religião oficial. Agora, no entanto, parece fazer vista grossa a isso, por conta da oportunidade de atacar e enfraquecer a Dilma. Não votei nela e até perdi amigos no Facebook.

Para mim o que esse gesto reflete vai muito além dela ser considerada por alguns como demoníaca ou algo que o valha. Ela pode não me representar no sentido de não ter tido o meu voto e nem o teria se outra eleição houvesse. Mas é a Presidente de todos nós, eleita pela maioria, sob dúvidas ou não. Acredito que precisamos ir além da fronteira do ódio e de ressentimentos reacionários enrustidos pela derrota eleitoral.

Derrota para alguns discutível e questionável, porém derrota. Precisamos ser articulados, inteligentes, pragmáticos e estratégicos. Até o modo como nos pronunciamos pode gerar fossos ainda maiores ou vir a atrair simpatizantes ao que defendemos. Será o modo como advogarmos nossas crenças que fará a diferença nesse espaço chamado virtualidade. Recomendo cautela, prudência e postura cristã sempre, sob qualquer circunstância. Publiquei a postagem que originou esses comentários e quase a excluo, por temer direcionamentos equivocados. Mas tudo bem.

Vale registrar que a SECOM divulgou nota alegando que o crucifixo era um presente do ex-presidente Lula e que foi na mudança e a Bíblia está em uma sala contígua sobre uma mesa.

Deixo, contudo, um alerta: Nos Estados Unidos da América do Norte começaram assim também. Começou com pequenos cortes e supressões em nome do laicismo. Hoje nas Forças Armadas Americanas É PROIBIDO aos capelães militares cristãos, embora a maioria dos militares seja cristã, é terminantemente PROIBIDO ORAR EM NOME DE JESUS. E sabe o que usaram para justificar isso? O "Estado Laico" e suas implicações. Esta foi a desculpa, para jogar na lata do lixo do esquecimento séculos de História e Tradição judaico-cristã. Eu ouvi isso de um CAPITÃO DE FRAGATA DA MARINHA AMERICANA. Estavam comigo, na ocasião, o Pr. Genes Batista Nascimento e Sandro Hurley Oak, em Sete Lagoas-MG, durante o Congresso da União de Militares Cristãos Evangélicos do Brasil.

Reitero que o Estado é Laico, mas o povo não. Esse relato do americano me lembra a rã que vai sendo cozida aos poucos até que a panela se torne fervente e ela já possa mais reagir e fugir de ser morta na panela. Achei precipitado e desnecessário esse gesto da Presidente. Ainda mais em um momento que ela precisará de todo apoio possível no Congresso. A menos que isso seja uma forma de provocação para gerar um desvio de foco e atenção em problemas maiores, mais graves e de urgente necessidade de investigação ou uma negociação com uma moeda de troca barata aos religiosos. “Retorno os símbolos e vocês me apóiam.” Mas seria ingênuo demais pensar nessa possibilidade. Vale a pena parar, ponderar, refletir e debater o laicismo com suas nuances religiosas.

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