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Teologia explica a fé, não a gera e nem pode se usar para manipulação

Teobaldo Pedro de Jesus

Concordo que precisamos produzir uma Teologia “contemporaneizada” á realidade latino-americana, que aproxime o as pessoas de Deus e de Sua Palavra. Porém, isso não pode justificar uma alienação da verdade e realidade bíblicas reveladas na Palavra de Deus. E isso em favor da justificação de gestos, ações e atitudes, flagrantemente humanistas, antibíblicas e anticristãs, negando a apologética da verdade divina apenas para "ficarmos bem na fita" com amigos que escolheram um caminho fácil e populista, permeado de equívocos interpretativos. 

E se o fazem por má fé ou desatenção bíblico-teológica não sei. Só sei que precisamos, como bons "bereanos" que examinam as Escrituras como um todo e não só a parte que nos convém no momento, declararmos a verdade integral, jamais a parcial, omitindo a necessidade de um compromisso de fé, o que permitirá uma realidade, divulgada somente sob o aspecto da busca de bênçãos sem implicar renúncia, ou compreensão de um preço a ser pago, pela fé, por amor a Cristo e à Sua Palavra. 

A realidade é que estamos produzindo um rebanho superficial, no que se refere à leitura, exame e estudo sério da Palavra de Deus. Estamos criando uma geração de alienados bíblicos, facilmente manipuláveis com frases de efeito positivistas - estas habilmente disfarçadas de cristãs - ações e manifestações de puro maniqueísmo alienante do papel e responsabilidade pessoal de cada um na construção da fé relacional com O Pai. 

Algo precisa ser feito a respeito disso, e rápido. Penso que só o retorno à simplicidade do Evangelho e o abandono das “pirotecnias” que impressionam e atraem, do show e do espetáculo místico é que poderá, TALVEZ, salvar parte da lavoura que se perde. O que vemos hoje mais presente no evangelicalismo brasileiro não é mais o tão propagado "crescimento", mas sim meras adesões, mudança de religião, denominação ou busca por novas estruturas organizacionais ou de linguagem, que satisfaçam a um ego ferido e carente de aceitação, valorização e embevecimento com "O NOVO" e um superficialismo moral e ético tão evidentes que já enfraquecem e fazem parecer hipócrita nosso discurso diante de nossa “práxis” social. Daí surge, não tão raramente, as distorções das Escrituras para tentar explicar e justificar tais conteúdos comportamentais, outrora ditos pecaminosos e hoje tolerados tão somente para manter a turba, que dizima oferta e elitiza o grupo socialmente, em meio ao rebanho. Surgem também as manipulações doutrinárias e os oportunismos teológicos, eclesiásticos e, até mesmo, político.

E ai daquele que ousar apontar ou mexer nessa lamentável, porém fatídica e, infelizmente, real ferida no seio da Igreja de contemporânea. "Segure o couro" porque irá apanhar, e muito, na língua dos defensores dessa “nova teologia (com “t” minúsculo mesmo). Que o Senhor se apiede de nós e nos socorra enquanto ainda dá tempo de fazer alguma coisa, porque o Positivismo de Augusto Comte, disfarçado de cristianismo com confissão positiva, não é expressão de fé.


Declarar a Palavra pela palavra e nela permanecer firme, sob qualquer circunstância, isso sim é que é fé a qual não é uma salto no escuro e nem depende de argumentos e estratégias humanas para se manter. A fé é fruto do Espírito Santo em nós. E quando permitimos que ele atue com liberdade, ali fluirá a fé, se manifesta o Poder de Deus e o, verdadeiro, milagre acontece. Busquemos isso, sem mistura ou “adequações.”

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