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Poema do Solitário.

Autor(a): ?*(veja no final).
Que a força dos pensamentos

Não me sobrepuje o amar

Que agonia alguma dentro d'alma
me tranque a sanidade
Ou força alheia, o meu querer,
Que nada se torne mais forte que a firme razão
Mas, que a força dessa razão, não extinga o desejo
E que a razão dentro de mim, não seja eu
Para que o poder de desejar, não defina o sou.



Que a razão de minha vida, seja mais que querer ser/ter

E o amor em meu coração, seja a mais sublime e pura expressão do ser

Que ponderada e saudável seja, tal anelada expressão
Para que dentro de mim não me falte vida,
Não se forme um "oco"... Por tão pouco.



Que da morte, eu tire forças, jamais medo

A fim de que o anseio por ser,

Não me induza a fenecer em essência.
Que eu seja qual delicada flor, 
que cumpre sua curta existência
Exalando seu doce perfume
Qual néctar, frutífero, enebriante 
como se de esperança o fosse, 
gestando amor, criando gotas de paz 
Espargidas sob sensíveis narinas d'alma
Qual sacrossantas urnas em absorção do amor
E percepção da vida.
Pois, a vida só é bela quando é sentida, vivida.



Que na surpresa de cada dia,

Não me assombre sutil expectativa.

E que ousar assim me expressar 
Não suscite pensamentos tolos e vãos
Em quem agora lê, suspensos em imaginação
Estupefatos em vã elucubração.
Ora, insensatos nas conclusões,
Por vezes protocolares no agir, ser, viver, existir...



Que esmurremos a exígua algema d'alma

Aferrada às paredes de separação de seres

Que embora ínfima, teima existir, 
Não sucumbir às amarras da existência,
que a impedem o livre velejar 
rumo ao mar da vida, emblemática existência,
sob o ímpeto do pneuma, o vento de Deus
Invisível pode de doce Presença,
Medo que nos arrebata em forma contínua
Com amarras que prendem e estancam
O agir, o ser,
O assumir a própria essência,
Pelo medo de olhares, suspeições, interpretações.
Redundante repúdio de sensações da mente, morada da psique
Perturbada em se mascarar, sob o estigma de enevoada ruptura, 
aprisionada sob tênue luz d'um ambíguo paradigma:
Escravizante-libertador
Triste-feliz
Condensado-condensador

Porto Solidão, na Vitória do Amor.

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