Futebol na Copa é Catarse Coletiva e não mero fanatismo alienado. "Catarse é uma palavra utilizada em diversos contextos, como a tragédia, a medicina ou a psicanálise, que significa "purificação", "evacuação" ou "purgação". Segundo Aristóteles, a catarse refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um drama" Fonte: Internet.
Um time nacional quando disputa um campeonato em um esporte que seja paixão nacional de um povo em proporções de uma disputa mundial atiça nesse povo um sentimento coletivo de transferir para o selecionado o sentimento patriótico de autorreealização através dos feitos de seus representantes. Guardadas as devidas porporções é como se existisse uma guerra, real e não fictícia, a qual revelará quem o melhor, o mais forte, ou numa linguagem fálica subliminar e psicanalítca "o maior" ou "mais grande", como gostam de repetir à exaustão nossos hermanos argentinos em sua catársica insistência ao afirmar que Maradona e Messi são respectivamente "maiores" que Pelé e Neymar.
Conosco não é tão diferente. Embora Pelé não seja lá a melhor referência de gentileza, compromisso e responsabilidade social, quase sempre se limitando ao discurso narcísico e na terceira pessoa, nós brasileiros insistimos em expressões similares como "Rei do Futebol", "inigualável" "O que mais fez pelo futebol nacional" (quiçá mundial) e etc. Aqui, como em outros países, tal paixão por um esporte, em maior quantidade pelo futebol, costuma levar a ações de violência verbal, xenófoba e racistas, quando não a atos de agressão física que resultam, às vezes, até em mutilação ou morte.
Todas essas ações são na verdade reações a emoções introvertidas, reprimidas e represadas no ser interior e que se manifestam sob a forma disfarçada da paixão desportiva como uma espécie de "válvula de escape" para sentimentos de frustração, pequenez, baixa autoestima ou fracasso na vida pessoal. Sentir-se inserido como parte de um todo, de "alguma coisa grande e de proporções mundiais" trás ao indivíduo um bem-estar interior e, ocasionalmente, o motiva e estimula a ações particulares de superação e resiliência.
Não subestime o poder dessas coisas no sentimento nacional de um povo, na construção, no imaginário coletivo, de que assim como seus atletas eles, enquanto povo, nação ou pátria, são também vencedores resilientes, capazes de superar suas crises, pessoais e/ou coletivas, na forma de uma luta tenaz, insistente e convicta de que superaram seus limites dando a volta por cima em suas dificuldades. Não foi a toa que muitos ditadores no século XX usaram o esporte, nas Olimpíadas e Copa do Mundo. Principalmente para mobilizarem e motivarem, sob a influência da "Psicologia de Massas", uma nação inteira na construção de seus sonhos megalômonos ou manutenção de sistemas opressores em nome do patriotismo e interesse nacional.
Em caso de dúvidas nas afirmações anteriores vide os ditadores sulamericanos, Hitler, Mussolini, Cuba, a ex-URRS e outros. Mas não deixemos de fora nações capitalistas as quais além de se utilizarem da premissa acima descrita, e indubitavelmente presente no Esporte, olham o mesmo como uma forma oportuna de inflacionar e superfaturar gastos viablizando desvio de milhões, quando não bilhões, em nome do Desporto e com uma população tão inflada pelo "orgulho desportivo nacional", que perde a capacidade racional, ainda que por um breve tempo, de enxergar a realidade de exploração e manipulação das massas com fins unicamente políticos e/ou finaneiros. E é exatamente por causa disso que grandes corporações fazem contratos milionários de patrocínio, impondo regras limitadoras de controle sobre imagem, ação, consequencia e interpretação, tanto na prátcia desportiva quanto nas avaliações posteriores disso. E a FIFA e o COI são os mais eficientes nisso. O lucro da Copa de 2014, é estimado em mais de 10 bilhões.
Enfim, Futebol é paixão! E isso na maior parte do planeta. É esporte plural, não só dentro de campo e nas arquibancadas, mas em cada rincão do planeta onde pulsa um coração apaixonado, por seu time, sua nação e desejando, às vezes mais que tudo, poder gritar com toda força: É CAMPEÃO! E junto com isso expurgar de si mesmo os "demônios internalizados" que personifiquem coisas como Medo, sentimento de Fracasso ou letargia e paralalização para seguir adiante. É isso aí.
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