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Então é Natal, a festa cristã? Talvez sim, talvez não!

Autor: Teobaldo Pedro de Jesus 

 Indignou-se com o título? Calma! Sugiro que leia o texto inteiro primeiro, investigue os fatos, pondere e então se pronuncie calma e racionalmente sobre o assunto.

O fato é que o Natal, na forma conceitual e atual como é celebrado, não existe e se sustenta mais pelo forte apelo comercial que adquiriu do que pela fé firmada nos valores do Cristo de Deus: Jesus! O Natal é uma das festas mais celebradas sobre a Terra, se não for a maior. Nela cristãos comemoram o nascimento do seu Cristo, Jesus o Salvador do mundo. A data da celebração é 25 de dezembro, data que se atribui ter sido o dia do nascimento de Jesus Cristo. Muitas pessoas ficam com os corações compungidos e generosos nessa época do ano. Buscam perdoar, fazer boas ações e serem pessoas melhores mutuamente. Seria tudo perfeito, não fossem dois detalhes: Primeiro: É tudo mentira! Jesus não nasceu nessa data. O tal espírito natalino não existe. Não passa de um 'espírito de culpa internalizada e hipocrisia'. Segundo, o Natal, em sua forma atual, é puro embuste travestido de religioso e eminentemente comercial! Pra começar, com toda certeza Jesus não nasceu em Dezembro. Isso é facilmente comprovável com uma análise, tanto bíblica quanto histórica. Jesus nasceu em Belém porque José, seu pai adotivo, era dessa cidade e fora para lá em cumprimento a um decreto do Imperador romano para que todo homem se recenseasse na cidade onde nascera. Ao chegar em Belém as hospedarias estavam lotadas.

O único lugar disponível foi um estábulo, entre animais, cercado de maus odores e sujeira. Ali, cercado de simplicidade, nasceu Aquele, se esvaziou de Sua glória, para remover a selvageria da alma humana, limpar a sujeira do pecado e nos impregnar com Seu bom perfume. O Natal já teve pelo menos 8 datas diferentes nas quais foi, ou ainda é, comemorado entre diferentes grupos da 'cristandade' pelo mundo afora.

A data em que a maioria celebra o nascimento do Filho de Deus é 25 de Dezembro e isso se deve a um oportunismo histórico-religioso. Naquele tempo muitos no Império Romano cultuavam ao "deus" Mitra, o sol invencível, cuja adoração principal se dava no dia do solstício, 25 de Dezembro. Era um culto muito forte que se espalhava por todo o mundo conhecido da época. Era algo tão presente na vida das pessoas que até alguns cristãos nessa data recaiam na adoração a Mitra. A liderança cristã dominante da época entendeu que era oportuno mudar as regras e "cristianizar" a data.

Daí criaram a ideologia de que Jesus era o verdadeiro sol invencível, o "Sol da Justiça", como diz a Bíblia. E assim "cooptaram" a data e a festa pagã, num gesto de sincretismo religioso - algo que seria recorrente séculos afora - e transformaram na aparência a celebração idólatra e pagã, a um falso deus anticristão e m festa a Jesus. Surgia o Natal, pseudofesta cristã. Essa mudança não foi aceita de imediato, pois houve muita resistência. Porém, com a adesão do Imperador ao cristianismo - religião que mais crescia por todo o Império pregando o amor a Deus, respeito e submissão ao rei - se tornou oportuno proteger, validar suas festas e garantir que os opositores fossem enfraquecidos a todos custo, pois alguns desses representavam uma ameaça ao poder estabelecido.

 Séculos mais tarde a data foi perdendo junto à sociedade seu apelo religioso e passou a ser associada a "um momento de mudança de atitude e comportamento" dentro de uma sociedade de consumo ávida por consumidores dispostos a comprar, consumir e presentear, amigos e familiares, muitas vezes movidos pela culpa de terem sido frios e maus o ano inteiro.

Assim nascia o Natal glamourizado e agora emblematizado não mais na figura do Cristo histórico, improprio a um mundo globalizado, cosmopolita e "laico" em grande parte, mas de um velhinho simpático, sorridente e bonachão. Eis que surge o Papai Noel. Essa figura-símbolo do consumismo natalino, secularizado e dissociado do sentido original, cheio de lendas em torno de si. Perfeito para uma sociedade secularizada, em grande parte cristã apenas nominalmente, ateia ou anticristã. Ele caiu como uma luva para manter a celebração da data não mais como uma festa religiosa, mas sim como uma celebração cultural. Uma herança de um tempo que insinuam não existir mais, porém com nova roupagem e significados de agregação para os povos da terra. Talvez por isso que culturas não-cristãs estejam, cada vez mais, adaptando o Natal para si estimulando o consumo e a ideia da "confraternização entre os homens." Cooptaram-no, de novo!

O Natal deixou de ser a celebração de Cristo, O Ungido de Deus, para ser uma data de "congraçamento entre os povos da Terra." Leia-se data de gastar, comer, festejar e curtir muito. Mais uma vez foi cooptado pela conveniência, agora não mais político-religiosa e sim econômica.

Mas então quando é a data do verdadeiro Natal? Não sabemos! Considerando fato de Jesus ser 6 meses mais novo que seu primo João Batista e que o anúncio da gravidez de Isabel se deu durante o turno de Abias, quando o pai de João servia no Templo, podemos fazer cálculos aproximados e sugerir que Jesus nascera entre Setembro e Outubro, mas com toda certeza não foi em Dezembro.

Creio que muitos contestarão meus argumentos e não pretendo tentar refutá-los. Deixo, no entanto, a minha argumentação final acerca disso. Talvez pareça frágil para muitos, porém ela é suficiente para mim.

O NATAL ACONTECE TODOS OS DIAS! É Natal quando o menino Jesus nasce no coração de um ser humano e deste se torna Salvador e Senhor. Aí sim, nessa vida e nesse dia, ENTÃO É NATAL! dentro dessa premissa, o meu Natal é dia 6 de Dezembro. E o seu? Shalom!

Comentários

  1. Não somente isso é derivado do mitraísmo, mas também o que chamam de santa ceia com o pão e vinho, bem parecido com um ritual mitraíco "O rito principal era um banquete ritual, que aparentemente tinha algumas semelhanças com a eucaristia do cristianismo. Segundo Justino, os alimentos oferecidos no banquete eram o pão e a água, mas alguns achados arqueológicos revelaram que se tratava de pão e vinho. Esta cerimônia era realizada na parte central do mithreum, onde existiam dois bancos onde os participantes se deitavam, conforme o costume romano de comer deitado".
    As religiões é um modo de continuarem rituais antigos disfarçadamente, só houve uma transferência de identidade... Pois não aceitariam na sociedade atual, a religião em geral, é o declínio do mundo, o lobo na pele do cordeiro.

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    Respostas
    1. deveria se identificar e nao se ocultar no anonimato. toda opinião é livre e deve ser respeitado. mas esconder-se no anonimato para tc criticas sugere N possibilidades

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  2. O texto ficou muito bom. Como sempre , o senhor juntou as letras, a sabedoria e nos presenteia um material com embasamento histórico e teológico. Parabéns.

    João Barbosa

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