Pular para o conteúdo principal

Autonomia Emocional

 Autor: Teobaldo Pedro de Jesus

Autonomia significa literalmente fazer as próprias regras de vida. Um ser humano autônomo é quem decide o que é melhor para si sob diversos aspectos. Autonomia não implica prescindir do outro nas relações humanas, mas aponta na direção da clareza com se decide qual a melhor forma de se viver a própia vida. Autonomia emocional diz respeito à capacidade de se autogerir, decidindo o que considerar melhor para si e se refazendo sozinho em meio a perdas, fracassos e decisões mal feitas.

Chega um dia em nossa vida no qual não podemos mais permanecer sob  tutela emocional de outrem numa simbiótica e total dependência de terceiros. No dia em que percebemos isso alinhamos os conceitos de Liberdade e Responsabilidade e aprendemos a relacionar causa com consequência. E é nesse dia que começamos a alcançar nossa maioridade emocional


Isso não significa que não sentiremos mais, ainda que eventualmente, a necessidade de ouvir o outro e com esse empatizar relacionalmente. Porém, com um detalhe que fará toda a diferença: A palavra final sobre o que fazer e o como lidar com os próprios desafios na alma e relações interativas será única e exclusivamente do individuo agora autoconsciente de suas próprias escolhas e consequências destas. Para os judeus, por exemplo, aos 12 anos o filho passa por um ritual e se faz responsável pelos próprios atos aos olhos de sua religião.

Em nossa sociedade consideramos as  crianças como não-responsáveis e não-capazes de assumirem a tutela de suas próprias escolhas e ações. Mas, uma vez com idade e maturidade individual suficientes para perceber uma realidade por si mesmo o ser humano deve e precisa gradativamente ir se desligando dessa dependência infante assumindo, pouco a pouco, o controle da própria existência. Isso porque pessoas dependentes de outras nas decisões pessoais terceirizam suas vidas pela entrega, consciente ou não, do poder de decisão emocional sobre si. E com exceção de quem for comprovado como sendo um ser mentalmente incapaz, somente o próprio individuo é suficientemente apto para avaliar se determinada escolha, ideia ou decisão será nociva ou não para si. 

Comece a assumir o controle da sua própria vida, se ainda não o fez, elegendo em sua própria mente aquilo que lhe pareça prioritário e essencial . Não permita que, por toda sua vida adulta, outras pessoas decidam o que é melhor para você. Assuma a sua identidade pessoal e exerça com plenitude o seu livre-arbítrio individual.

"Entre no palco da sua própria existência e assuma o enredo da sua própria história." Dê um fim a interferências externas que intentem decidir por você e aprenda a exercer  sua liberdade com inteireza, porém sem jamais se esquecer ou distanciar da verdade de que toda ação gera uma reação e toda escolha gera uma consequência. Assuma ambas: Liberdade e Responsabilidade. Agindo assim serás respeitado, ainda que não admirado. Pense nisso. Shalom!

Pastor Teobaldo - Juazeiro - BA



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Somos transportadores de glória ou condutores de conflitos?

   Autor: Teobaldo Pedro de Jesus.  Li o comentário de uma jovem acerca disso e ponderei um pouco. De fato, aqui na Terra como morada do Espírito Santo, somos "transportadores da glória do Pai por onde andarmos" . A pergunta que não quer calar, no entanto é a seguinte: O que estamos fazendo com isso? Muita gente já perdeu a percepção espiritual do que significa levar a glória de Deus através de sua vida por onde andar e passou a confundir isso com mero proselitismo, adoção de usos e costumes ou um "evangeliquês", muitas vezes irritante e completamente distante da prática na vida de quem o usa (e o que os faz parecerem hipócritas - e alguns de fato o são - ao dizerem uma coisa e viverem uma realidade oposta ao que pregam). Para outros um transportador da glória do Pai tem que se manter distante "dos imundos dessa Terra" para "se manter puro e santo". Ao agirem assim incorrem no grave erro se prejulgarem os demais se achando m

Púlpito: Palco de exibicionismo ou altar de transformação?

Teobaldo Pedro de Jesus Para muitos a prática tem sido a primeira opção. Muitos púlpitos se transformaram no lugar da encenação da Graça, da profanação da verdade e da mistificação da fé. Esse local sagrado de onde deveria emanar apenas a palavra, algumas vezes, se torna fonte geradora de ódios, torneira de ressentimentos e mágoas ou alvo de holofotes narcísicos, travestidos de espiritualidade, mas que não passam de neofarisaísmo pós-moderno , cujo objetivo mor é alçar à condição de estrelas pop-gospel seus ocupantes. Talvez por isso o que é mais almejado hoje, em detrimento do conselho do Apóstolo Paulo a seu discípulo Timóteo, não mais a missão do episcopado e pastoreio e sim aposição de destaque no rebanho. Muitos, apesar do discurso, não são mais servos e sim estrelas. Não mais amigos e sim dominadores, apesar de todas as recomendações do Apóstolo Pedro. Quando o púlpito se torna um palco se faz lugar de representação, disfarces e máscaras. A unção é substituída pela at