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Quando o ataque é uma defesa

Autor: Teobaldo Pedro de Jesus

Existem pessoas que se tornam agressivas e veementes nas palavras tão somente para produzir "uma cortina de fumaça" sobre si mesmas. Algumas se sentem frustradas, culpadas, angustiadas, encurraladas ou algo similar. E por causa disso temem uma confrontação.

A agressividade gratuita funciona como um mecanismo de defesa na tentativa de inibir no outro que nos aborda qualquer ação ou atitude que traga constrangimento ou torne indefensável a sua argumentação. Outra forma análoga a esta é o isolamento. Este um artifício emocional pelo qual a pessoa evita outros contatos para não se machucar ou machucá-los com atitudes e palavras. Existe também a fuga, da realidade, de lugares, situações ou pessoas. Lamentável!

Todas essas formas de reações são mais comuns do que pensamos e todos nós, em algum momento, já fizemos isso. Porém, é preciso cuidado para que isso não se torne um padrão comportamental social. Superar isso é necessário como transição para um amadurecimento que nos induza para uma capacidade relacional mais adulta que nos habilite a confrontar ou sermos confrontados racionalizando cada situação, sem abdicar das emoções, mas ao mesmo tempo ponderando, de modo racional, onde erramos e em que podemos e/ou devemos melhorar ou mudar.

Tais atitudes raramente têm a ver com a essência do que somos, mas em geral o tem com as feridas que sofremos ao longo da vida e revelam a nossa quase completa inaptidão em lidar com elas. Revelam o quanto ainda doem em nós traumas do passado, distante ou não, e que por isso mesmo, ainda que inconscientemente, evitamos reproduzir isso na alma pela angústia que nos trás. Daí tais reações! O pano de fundo, em geral, nisso tudo é alguma rejeição ocorrida lá atrás no começo da nossa existência.

Creio que o segredo para se vencer isso "é sair da toca" e ousar crescer. Aprender a tomar decisões que resultem em mudanças no ser e nos levem para um novo patamar de conhecimento de si mesmo. Somente assim não precisaremos mais agredir ou nos isolarmos como forma de sobrevivência relacional. Pensemos um pouco nisso.

Pastor Teobaldo - Juazeiro - BA

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