Autor: Teobaldo Pedro de Jesus
Não se entristeça se algum dia ao tentar ajudar um amigo
este recusar a sua ajuda ou mesmo se esquivar de ti e passar a evitar te ouvir
ou ter contato contigo. Fizeste a tua parte e foste leal à amizade.
No entanto, não podes fazer o que somente ele pode fazer: As próprias escolhas!
Sejam estas boas ou más.
É fato que quando amamos um amigo ficamos aborrecidos,
entristecidos, angustiados ou até mesmo ansiosos e preocupados ao vê-lo indo
por caminhos errados e de perdição, muitas vezes motivados por impulsos e
desejos inconsequentes. Perceber um amigo seguindo um caminho de morte, mesmo
que não sendo físico o seja ideológica ou relacionalmente, trás um sofrimento enorme na alma
de quem o ama. Porém, escolha não sofrer por causa disso.
Querer interferir na vida alheia, a ponto de querer
decidir como o outro deve viver a própria vida é algo doentio e não
recomendável. Não persista nessa estrada, por mais que te incomode ou preocupe
o caminho que seu amigo decidiu trilhar. Viva a sua vida e interfira apenas no
nível do alerta ou do aconselhamento, porém deixe que cada indivíduo faça sua
própria escolha de como se conduzir, por mais desastroso que isso possa te
parecer. Lembre-se de que cada ser humano é responsável pelas próprias escolhas
que faz na vida, com seus benefícios e consequências implícitas.
Não se entristeça e nem se
abata com isso. Siga amando seu amigo. E se algum dia, após ele "quebrar a
cara" , voltar a bater em sua porta pedindo abrigo, ajuda, orientação e
socorro, em busca de um ombro amigo, deixe renascer o irmão que surge na hora
da angústia, não se aborreça com ele. Ao invés disso ofereça seu ombro e
ouvidos. Talvez, mesmo machucado, dolorido, sofrido, envergonhado e arrependido
pelas "burradas" que fez, isso seja o que ele mais precise naquele
momento e a sua maior necessidade pode ser encontrar alguém capaz de, ainda que
em silêncio, dizer: "Estou aqui! Pode falar que estou te escutando..."
E se isso ocorrer diga ao seu
amigo que apague os erros do passado, sejam recentes ou distantes, com a
borracha do arrependimento e do autoperdão. E que não os repita. Aproveite a
chance e o ajude reconstruir sua dignidade e história de vida, reassumindo o
controle de si mesmo e prosperando de um modo digno, para consigo mesmo e com o
seu próximo. Ensine-o a não defraudar a ninguém, não enganar ou fazer aos
outros aquilo que um dia detestou sofrer em si mesmo provocado por outros.
Diga-lhe que tenha cuidado
com a própria vida e com os caminhos que escolheu andar, as pessoas com as
quais decidiu interagir ou ter intimidades e que o arrastaram para o
caminho do mal. Oriente-o a cuidar para que isso não lhe faça mal, novamente. E
sobretudo, nunca desista de ser amigo do seu amigo em tudo e todo o tempo.
Mesmo que ele continue repetindo os erros e te rejeitando. Afinal, amizade
é exatamente isso, decidir amar e estar por perto quando o outro precisar de um
ombro para chorar.
Ore, confronte em amor e
lute pelo melhor na vida de quem amas. Mas aja sem desrespeitar a
liberdade individual dele, por mais que sofras com isso. Entregue a Deus e
descanse. Shalom!
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