Pular para o conteúdo principal

Morra para que renasças.

Autor: Teobaldo Pedro de Jesus

"Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dá muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á; mas quem aborrece a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém me servir, siga-me, e onde eu estou, estará aquele que me serve; se alguém me servir, o Pai o honrará." Mateus 12:24-26. - "O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou de outra qualquer semente. Mas Deus dá-lhe o corpo como quer, e a cada semente o seu próprio corpo." I Coríntios 15:36-38.

Vencer o medo da morte interior é vencer o próprio medo de mudanças. E está só virá pela morte de velhos hábitos, conceitos e concepções aos quais estamos presos e que nos atrasam, limitam ou nos emperram o avanço pessoal ideológico e intelectual.

A mudança que surge da morte conceitual é fruto de uma escolha: A de não se "mesmizar", numa rotina louca, imutável, entediante e constante. É se renovar pela adoção de novas idéias que nos ampliem os horizontes e a sobrevivência em um mundo tão dinâmico, vivo e cada dia mais competitivo. É preciso morrer e renascer interiormente para então crescer, compreender melhor a vida. E mudar, mais que uma opção, é uma necessidade urgente a todos nós. O discurso de Jesus sobre o grão de trigo é uma alegoria de sua própria morte e ressurreição. Porém, lançando um olhar mais amplo e profundo perceberemos uma aplicação posterior a isso, perfeitamente útil para nós em dias de vanglórias, empáfias e vaidades.

"A imagem do grão de trigo morrendo na terra para dar lugar a uma nova planta crescendo e fornecendo uma colheita também pode ser vista como uma metáfora da própria morte e sepultamento na tumba e sua posterior ressurreição." Wikipedia. 

A vida na Terra se renova pela morte, por mais estranho que isso nos pareça. A morte de uma semente não é o fim da existência. Ela apenas inaugura o fim de um ciclo para que a vida se renove e siga o seu rumo. Os restos de animais e plantas mortas irão fertilizar a flora que renascerá brotando, crescendo, dando frutos e alimentando a fauna, naquilo que chamamos equilíbrio ecológico. Pois bem, é assim que a vida se renova! Ela se perpetua na Terra por meio da morte. Isso pode até nos parecer estranho, mas é pela morte da semente que desabrocha a vida sob a forma da planta que se reproduz em mais vida. Uma ação nova que se multiplica sob o Planeta espargindo vida e esperança.

O apóstolo Paulo mostra que a morte da semente é essencial para que a vida guardada e acumulada dentro do grão se liberte e apareça para a vida trazendo consigo a multiplicação para a qual foi gerada. O milharal só nascerá com a morte da semente semeada, de outra forma servirá apenas de alimento, morrerá do mesmo jeito, mas não dará continuidade a si mesmo sobre o mundo. Torne-se frutífero pela morte que se refaz em uma nova vida de abundante graça e amor em Cristo.

Pastor Teobaldo - Juazeiro - BA


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Somos transportadores de glória ou condutores de conflitos?

   Autor: Teobaldo Pedro de Jesus.  Li o comentário de uma jovem acerca disso e ponderei um pouco. De fato, aqui na Terra como morada do Espírito Santo, somos "transportadores da glória do Pai por onde andarmos" . A pergunta que não quer calar, no entanto é a seguinte: O que estamos fazendo com isso? Muita gente já perdeu a percepção espiritual do que significa levar a glória de Deus através de sua vida por onde andar e passou a confundir isso com mero proselitismo, adoção de usos e costumes ou um "evangeliquês", muitas vezes irritante e completamente distante da prática na vida de quem o usa (e o que os faz parecerem hipócritas - e alguns de fato o são - ao dizerem uma coisa e viverem uma realidade oposta ao que pregam). Para outros um transportador da glória do Pai tem que se manter distante "dos imundos dessa Terra" para "se manter puro e santo". Ao agirem assim incorrem no grave erro se prejulgarem os demais se achando m...

A arrogância de Hamã e a Vitória de Mardoqueu

Uma metáfora para os dias de hoje? Parte 1 - A arrogância de Hamã - Hamã era o Primeiro-Ministro do Rei da Pérsia e odiava certo judeu chamado Mardoqueu que ajudara a desmantelar um golpe contra o Rei. Cheio de ódio Hamã traçou um plano maligno para destruir a vida de Mardoqueu e por tabela destruir todos os judeus. O plano estava bem tramado e urdido de tal forma que tudo levava a crer que não haveria saída para os judeus em todo o império e eles seriam destruídos e exterminados da face da Terra para sempre. O que Hamã não contava era com a soberania de Deus e sua arquitetura planejada na eternidade para proteger os que O ama e servem com fidelidade. Tempos antes a Rainha Vasti havia desagrado ao rei e foi destronada. Houve uma espécie de concurso para escolher uma nova rainha e a escolhida foi Hadassa (ou Ester), a qual era judia e ninguém na corte o sabia. Chegando próximo da data do extermínio Ester se apresentou ao Rei, sem convite o que poderia levá-la à morte, foi po...