Autor: Teobaldo Pedro de Jesus
Quando passamos por lutas e dificuldades a nossa alma tende a se retrair e se tornar mais retraída e introspectiva. Nenhum guerreiro, por mais valente que seja, estando em qualquer tipo de "guerra" escapará, de vez em quando, de se sentir abatido, cansado ou simplesmente levado a um tempo de repouso em busca de sua própria essência de lutador para que não se perca de si mesmo, após experimentar ameaças ou perdas pessoais. Saber reconhecer isso é uma forma de projetar uma durabilidade maior do seu tempo de luta pela absorção interna de valores sem os quais se fará impossível seguir em frente diante de perdas e decepções. Lutar é preciso, mas recuar, parar e refletir, refazer as forças e reeditar a mente e emoções para nãos e abater em meio aos embates às vezes também é preciso.
Sim, a alma também se desgasta e cansa das lutas. Nossos relacionamentos, trabalho e emoções podem se revelar como um duro embate e um enorme desafio para mantermos o equilíbrio interior. Sempre que uma nova realidade surgir diante de nós, seja ela boa ou ruim em nossa visão, representará uma chance de nos refazermos ponderando os prós e contra em torno do que nos é proposto ou oferecido pela vida.
Existem situações que nos serão inevitáveis e das quais, mesmo que queiramos, não conseguiremos fugir, pois têm a ver com pessoas ou circunstâncias com as quais interagimos e amamos. Alguém que tem uma profunda amizade pode ver encerrar um relacionamento por algo tolo, sem que nada de banal exista. Será, na verdade, o ápice de um desgaste antigo, mas que talvez não tenha sido percebido pela inexistência dessa "parada técnica" de reflexão e autoanálise. Ponderar é preciso, mudar também é. Por meio disso crescemos, amadurecemos e nos tornamos mais sábios..
Quando uma amizade se encerra e a outra parte não admite reconsiderar desgastes, refazendo conexões no relacionamento, liberando perdão e reatando a comunhão só nos restará guardar as boas recordações, avaliar eventuais erros ou equívocos e seguir em frente. Não é preciso se prostrar, chorando e lamentando a vida como se tal perda representasse o fim. Uma grande amizade pode se encerrar sim, mas isso não é o fim. Pode até mesmo ser um tipo de fim, mas apenas para que algo novo surja em nós e nos leve a um outro nível de amadurecimento e crescimento pessoal. Pense nisso e não se deixe abater pelos dissabores, tristezas ou decepções da vida. Sempre haverá uma oportunidade de recomeço e renovação interior. Siga em frente, sempre esperançoso, confiante em Deus e por isso mesmo feliz. Pense nisso! Shalom!
Pastor Teobaldo - Teólogo, Educador e Psicanalista.
Comentários
Postar um comentário
Leia, comente e compartilhe com amigos