Faltam craques estrategistas para deter o “crack”. Você que está lendo esse texto tenha cuidado. Caso alguém que você conheça, um amigo ou mesmo uma pessoa de sua família, ainda não tenha sido vitimado, de alguma maneira, pelo crack, estatisticamente a possibilidade de que isso ocorra é cada vez maior. Infelizmente, Ou nós o vencemos ou ele nos atingirá em cheio de um modo inesperado.
Há muitos teóricos dizendo o que fazer e como vencer o craque. A questão é que teoria não transforma nada, ações práticas sim.O problema com o craque, e outras drogas, não é apenas de saúde ou segurança públicas e nem de responsabilidade apenas dos Governos. Ele é de toda a Sociedade. É uma questão muito mais ampla, profunda e grave em sua origem primária e que se consubstancia como resultado de almas rejeitadas intrinsecamente aos próprios olhos e que buscam, por isso, na droga uma forma de autoafirmação ou rotas ilusórias alienantes de fuga de realidades insuportáveis vivenciadas e percebidas na sobriedade plena. Há uma epidemia de Crack nas ruas infestando as famílias.
O Ministro da saúde, Alexandre Padilha, declarou que o problema com o crack já pode ser considerado uma verdadeira epidemia. “A pesquisa mostra que o problema é grave, que há uma epidemia de crack no nosso país. Precisamos expandir ainda mais os serviços, e essa parceria com os estados e municípios é fundamental. São R$ 2 bilhões disponíveis e nós precisamos muito dessa parceria para que esses serviços cheguem à ponta”, disse o ministro. Contudo, afirmo, sem sombra de dúvidas ou medo de errar que: SIM, É POSSÍVEL VENCER O CRACK e direi como eu acredito ser isso possível..
O problema das drogas no Brasil pode muito bem ser caracterizado como uma síndrome, posto que há uma soma de fatores que envolvem tais contravenções em uma mega-engenharia do mal, destruidora de relacionamentos, patrimônios, saúde e vidas. Acusar pais, governos ou outros seguimentos sociais não contribuirá em nada para a mudança da realidade. Não é tempo de mútuas acusações ou “caça à bruxas” e sim de produzir “brainstormings” como tempestades cerebrais, ou simbioses de pensamentos e sinergias, capazes de inundar diversos córtex com ideias iluminadas que verdadeiramente libertem a nossa juventude desse caminho destruidor.
Um dependente não nasce da noite para o dia. Nasce de circunstâncias e ambientes familiares ou sociais incapazes de lidarem sozinhos com esse grave problema, assim como nasce da omissão de uma sociedade delirante e alienada de suas mazelas sob a forma de governos que optam por ações posteriores ao vício, quando seria mais seguro, prático, barato e eficaz se investir, e muito, em ações preventivas na base educacional primária, sem abandonar o combate ao tráfico e o socorro às vítimas deste mal. Dependência química ou psicológica surge como efeito posterior de pessoas desconectadas ou desagregadas de uma estrutura que estabeleça limites de ações. Limites não são agentes de repressão comportamental, mas sim instrumentos inibidores na expansão de comportamentos anárquicos que levem a uma desconexão com inúmeras formas de autoridade e rotas suicidas de fuga na alma.
Ao invés de apenas se deter o dependente e realizar operações pontuais de combate ao comércio de drogas, proponho ações múltiplas e coordenadas. Para começar uma guinada legislativa no que tange ao direito à apreensão, desapropriação e redistribuição de bens gerados pelo tráfico, e se agregando a isso a obrigatoriedade destes serem direcionados para ações de recuperação de dependentes. Associado a isso viria um aumento na pena criminal para produtores e traficantes de drogas. Depois uma intensificação na vigilância de nossas fronteiras, usando tecnologias avançadas e aumento do efetivo nas mesmas, bem como em áreas de reconhecida produção, refino ou distribuição interna de drogas.
Na área educacional teríamos a inclusão obrigatória na grade curricular escolar, de palestras ou disciplina específica que tratem das drogas e seus efeitos nocivos ao corpo, à mente, à família e à sociedade. Em seguida um cadastro de todas as instituições existentes no país que combatem, de alguma forma, a dependência química ou psicológica ou que ajudam no tratamento e ressocialização de dependentes, com aporte de recursos, equipamentos, parcerias e capacitação no aperfeiçoamento profissional de um trabalho que já existe e que é, em sua maioria, cheio de gente bem intencionada, mas que precisa apenas de quem neles acredite, invista e oriente técnica e estruturalmente visando resultados melhores. Após isso uma parceria com outras instituições da sociedade civil organizada visando campanhas, palestras e eventos comunitários permanentes de conscientização, orientação ou capacitação psicológica aos pais ou responsáveis por jovens e adolescentes no que concerne às drogas.
Incluiria também o desenvolvimento de trabalhos de cunho terapêutico ocupacional para os jovens ressocializados fazerem com êxito e acompanhamento a difícil transição entre a dependência e a cura total. Mas tudo isso sem esquecer que será um ser em constante estado de alerta, como um ex-alcoólico que evitará, pro resto da vida, o primeiro gole. Tenho outras sugestões, mas o texto já está longo demais. Sugiro que os leitores acrescentem novas ideias ou debatam estas acima apresentadas. E que Deus nos ajude nessa “guerra civil, destruidora de vidas”, não declarada. Shalom!
Pastor Teobaldo Pedro – Teólogo, Educador e Psicanalista.
Comentários
Postar um comentário
Leia, comente e compartilhe com amigos