Bem, o tempo passou, cresci, amadureci e compreendi que muros serviam para a proteção. Para evitar que pessoas indesejáveis ou mesmo ladrões entrassem em uma propriedade.
Cresci mais um pouco, só que dessa vez na alma e na compreensão das coisas e em especial da vida. E foi assim que, compreendi dessa vez um pouco mais sobre eles. Aprendi que muros não embelezam, nem protegem. Eles na verdade separam, isolam e neutralizam relacionamentos.
Ao perceber isso, fui levado no tempo a recordar de um certo véu que separava o sagrado do profano, lembrando sempre ao homem de que ele não era digno de estar ali naquele lugar, o santo templo. Aí, me recordei que um dia, um certo homem teve que morrer para que eu tivesse livre acesso a essa zona de santidade, outrora proibida, porém hoje liberada por Aquele que é A Porta. E após a Sua morte foi desfeito ago como um muro de separação. Um separador de relacionamento, só que sob a forma de pesada cortina que se rasgou por inteira de alto abaixo, me revelando o oculto e dizendo que não havia mais separação entre eu e meu Pai. E foi assim que o caminho foi aberto para mim e outros.
Em nossas relações humanas, reais ou virtuais, nos blindamos para não nos machucarmos ou sofrermos e por conta disso, infelizmente, acabamos criando muros de distanciamento, isolamento e superficialidade frívola nos relacionamentos.
Algo precisa ser feito a esse respeito, e logo! A nossa geração esta se tornado íntima e desinibida, cada dia mais, na existência da virtualidade e paradoxalmente fria, blindada e intangível nos contatos pessoais reais.
Isso se dá pelo fato de que a ilusão de proteção no mundo cibernético, nos trás uma sensação, ainda que falsa, de segurança e controle das coisas. É como se pensássemos assim: Caso alguém diga ou escreva algo de que eu não goste, basta clicar numa tecla e pronto. Livrei-me do inconveniente com um clique apenas. Só que na vida real as coisas não funcionam desse modo e por temermos sofrer e nos magoarmos acabamos evitando a exposição das emoções, o desnudar de alma e derramar de vida, mesmo diante daqueles a quem chamamos, muitas vezes inapropriadamente, de amigos.
Vale a pena parar e ponderar um pouco a sério acerca disso. Refletir sobre até onde iremos com esse comportamento e quais conseqüências isso trará para nós e as gerações que estão por vir. É algo a se pensar e decidir o que fazer a respeito.
Um beijo em o nome d’Ele, que não hesitou em dar a Sua vida por nós. Shalom!
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