“Por ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é,
o fruto dos lábios que confessam o seu nome" Hb 13:15-16
Autor: Teobaldo Pedro de Jesus
Hoje quero refletir um pouco sobre a neo-idolatria ou o culto à personalidade. A exaltação do homem pelo homem com a aquiescência e até incentivo deste.
O Átrio era a parte externa da tenda de adoração em Israel. Nele, no átrio do templo judeu, estava o altar do sacrifício e uma bacia de purificação para sacerdotes se lavarem antes de irem ao Santo Lugar. Nele também ficavam os adoradores, o povo que buscava a presença de Deus. E era lá que eram oferecidos os sacrifícios. Porém, o conceito clássico de idolatria nos remete ao culto a imagens esculpidas ou pintadas. Só que o sentido etimológico da palavra transcende o físico e nos leva a entender que ídolo é tudo aquilo que se torna objeto de nossa adoração ou veneração exacerbada. Uma coisa é tomar alguém como exemplo e nos inspirarmos em sua vida e ensinamentos. Outra bem diferente é transformar as palavras desse mesmo alguém numa verdade axiomática, indubitável e dogmática.
A idolatria "pós-moderna" não esta mais restrita ao culto a objetos e símbolos inanimados. Ela evoluiu, da pior forma possível, para um desenfreado e crescente culto à personalidade. Atitude essa alimentada, e muito, pelo ego competitivo de líderes e "artistas" cristãos que parecem cada vez bem mais preocupados em construir uma imagem popular própria ou um império financeiro e midiático particulares, do que espalhar de verdade, em amor e simplicidade, a verdadeira mensagem Daquele que se esvaziou de toda a glória para ser como nós - Humano e sujeito às mesmas tentações - E que, por escolher ser humilde e viver em obediência, alcançou maior glória: A de se assentar à destra do Pai e ser, desde então, o Único representante da raça humana nos Céus.
Este artigo, ídolos no átrio, nos remete ao fato de que o lugar aonde o povo ia era apenas para adorar a Deus e não para enaltecer a criatura. Só ele é o Único que deve ser ali "endeusado", adorado, exaltado, engrandecido, louvado e posto num pedestal. Só Ele, Aquele que escolheu os cravos e a cruz por amor a mim e a você, é digno de exaltação e ninguém mais. Falo de Jesus de Nazaré, o Único digno de toda honra, glória, louvor e majestade.
Há um problema grave e latente, a médio e longo prazo. O risco de que a palavra de alguns desses líderes e artistas - alguns deles visivelmente vaidosos, oportunistas e ambiciosos de plantão - acabe por influir demais e de forma quase absoluta na vida das pessoas simples, ingênuas e crédulas, que os ouve e acompanha "cegamente", ao sabor de suas interpretações particulares, visões e desejos convenientes, até mais do que a própria Palavra de Deus a nós revelada por Seu Santo Espírito.
Por conta disso, meu caro leitor, no futuro antes de você acusar alguém de "idolatria" pense duas vezes. Olhe para dentro de si mesmo, faça um autoexame e se lembre do precioso conselho do apóstolo João, o discípulo amado, já na velhice: "Filhinhos, fugi dos ídolos." Pense nisso e não se deixe envolver pelo "culto à personalidade", travestido de admiração espiritual. Antes de dizer que alguém é a "sua referência", se recorde de que "já possuímos um referencial Maior" - JESUS CRISTO - um que nunca falhou, não falha e jamais falhará. Jesus, o Messias. Pense nisso, com bastante carinho. Um forte e apertado abraço, na doce companhia do Único digno de toda sua admiração e adoração eternas, minha e tua.
Pastor Teobaldo - Teólogo, Educador e Psicanalista
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