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Amar é um verbo transitivo direto ou não?

Autor: Teobaldo Pedro de Jesus

O que é um verbo transitivo? É o verbo de sentido incompleto que pede algum objeto, ao qual passa a ação. Isso significa que AMAR precisa de um complemento, pois quem ama, o exerce em relação a algo ou alguém. Porém, acrescento algo mais. Amar é algo "impositivo". A vida nos impõe isso! Publicado em 1927, AmarVerbo Intransitivo, de Mário de Andrade aponta em direções complexas e revolucionárias sobre a Arte de amar. É um livro para se fazer de conta que se está ouvindo e, não, lendo. Mas quero apontar em outra direção. Para mim quem decide não amar, morto está e não foi avisado disso. Daí, enquanto ser humano entendo que o homem foi criado livre por Deus e possui o direito de ser e fazer o que bem quiser consigo mesmo, desde que tais processos não implique na quebra de nenhuma regra social ou legal determinada pela chamada "sociedade civilizada.". Esta é a visão humanista.

Penso e acredito, como cristão, que devemos combater o que vemos e entendemos como pecado apenas com a Palavra de Deus, pela Palavra, e somente por ela, movidos sempre, e unicamente, pelo amor de Deus através do Seu Espírito Santo em nós, como o fizeram Paulo, Pedro, os apóstolos e os pais da Igreja nos dias de uma Roma pervertida e dissoluta.

O amor é o que nos marca e identifica como imitadores de Cristo, aqui na Terra e não o ódio ou a virulência verbal agressiva. E ainda que motivados por uma boa causa, como por exemplo, a defesa dos valores familiares, o amor é essencial. Não contemplo a vitória da Igreja, senão pela ação sobrenatural de Deus na vida de homens e mulheres que se deixem usar por Ele, mas sem abdicar do amor ao seu próximo, seja qual for a sua opção sexual ou outras escolhas quaisquer. Só o amor transforma! E o amor de Deus derramado em nossos corações, quando transborda em outras vidas atrai e gera vida abundante. Isso porque somos meros canais, mas quem transforma é o Senhor. Só Jesus transforma, liberta e cura o homem de suas feridas, gostos desejos e afins, que sejam contrários à Sua santa Palavra. Seja quem for aquele que nos ataque, difame, agrida, ofenda, persiga ou ate nos mate. A ordem e o exemplo do Mestre é: AME! AME! AME! E quando não der para fazer mais nada. apenas AME!

Sejamos amorosos nas palavras, porém muito mais nas atitudes que reflitam o amor de Deus e o caráter de Cristo em formação em nós. Recordemos que nenhum de nós humanos, héteros, gays, bissexuais ou outros, jamais verá a Deus se não "seguirmos a paz com todos e a santificação, sem a qual NINGUÉM verá ao Senhor.

Todo cidadão, na "sociedade civilizada", possui os mesmos direitos que os demais. Repito: "OS MESMOS..." Nem menos e NEM MAIS. Guardem isso na memória. Este, aliás, é outro conceito bastante defasado e retrógrado (sociedade civilizada), pois a cada dia caminhamos mais e mais, e céleres, para trás quais caranguejos numa triste mimetização de práticas antigas e equivocadas. Embora os críticos do cristianismo nos chamem de fundamentalistas (leia-se conservadores) e de "medievais", somos o que somos porque não podemos negar nossa fé consubstanciada em nossas crenças. E a principal delas deve ser esta: AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO.

Práticas liberais, ora defendidas por diversos seguimentos ditos pós-modernos, na maioria das vezes são padrões de comportamento muito anteriores até mesmo ao período medieval. O que vemos hoje na construção da chama "nova ordem social" não traz nada de novo e é quase uma "Renascença” às avessas de atitudes permissivas.

O que lemos, quase unanimemente entre muitos Historiadores honestos e fiéis aos fatos, é que um dos sinais de decadência e degradação das civilizações antigas era justamente a perda dos padrões morais limitadores em sociedades evoluídas intelectual e tecnologicamente, mas que acabavam por se perder em e de si mesmas ao escolher o caminho da liberalidade desregrada e sem uma moral dominante e vigente.

Há quem afirme que a queda de uma civilização está diretamente ligada à queda do nível moral e ético de seu povo. Concordo, em grande parte com esta teoria. Porém, sempre haverá outros fatores agregados à derrocada de uma civilização. E a hipocrisia religiosa, com certeza, será sempre uma delas. Contudo, isso também não significa chancelar, aprovar ou fomentar um novo tipo de "caça às bruxas" no que se refere aos que praticam atos com os quais discordamos por questões de fé, por mai que os desaprovemos. Isso seria injusto, anticristão, ilegítimo e desumano.

Todos nós permaneceremos humanos, seja qual for a nossa escolha ou atitude, e sem Cristo não teremos vida abundante. Lembre-se de que vida abundante é vida em Deus e movidos em tudo por Ele. Por conta disso, tudo em nós que estiver em desalinho com a Sua Palavra ou a Sua vontade, Ele mesmo nos revelará por Seu Espírito e nos trará de volta ao bom caminho da obediência e submissão a Ele. Pense nisso e escolha evangelizar pelo exemplo. AME, acima de tudo e sempre! Shalom!


Pastor Teobaldo - Teólogo, Educador e Psicanalista.

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