Autor: Teobaldo Pedro de Jesus
Existem pessoas que são auto-aprisionadas em seus sentimentos negativos. Ao tomarem consciência de atos praticados de modo insensato ou impensado, e principalmente quando estes trouxeram algum tipo de prejuízo a outrem, acabam por entrar em um processo de automutilação emocional, punindo a si mesmas com auto rejeição ou comportamento autodestrutivo, quer seja pelo isolamento ou ações que redundem em algum tipo de prejuízo próprio. No tribunal da consciência, ainda que recebendo o perdão de Deus e dos supostamente agredidos com sua inconsequência, não conseguem conviver com a culpa.
Chamo a isso Síndrome de Judas. Aquele sujeito que traiu a confiança de Jesus e ao invés de correr para os seus braços em sincero arrependimento foi dominado pela culpa que resultou em remorso e o levou ao suicídio pela insuportável lembrança de que seu ato destruíra a vida do seu amigo. Nesse processo autopunitivo a pessoa se vê encurralada dentro de si mesma e se põe a recordar o que fez e não entende porque fora capaz de fazer as coisas que fez contra pessoas tão amadas e especiais.
A cura para esse sentimento de autossabotagem é se perdoar e buscar o perdão das pessoas feridas com suas atitudes ou escolhas. Auto rejeição e autopunição não irão mudar a realidade dos fatos. Porém, compreender e assumir os próprios erros, buscando a redenção através da reconstrução de relacionamentos desfeitos, o resgate de amizades perdidas e a retomada de bons caminhos abandonados, em troca de aventuras na vida, isso pode, com toda certeza, trazer a médio e longo prazo a saúde emocional tão necessária e desejada.
No relato bíblico lemos a aventura do filho pródigo que gastou as riquezas do seu pai, mas que a se ver no fundo do poço não permaneceu lá. Levantou-se, reagiu e se reconciliou com seu pai. Também lemos sobre Pedro que negara seu Mentor e Mestre, mas após se submeter à sua confrontação foi perdoado, curado e se tornou um grande homem e um líder exemplar.
Infelizmente, na vida cometemos erros contra outras pessoas e às vezes pessoas que só nos fizeram o bem. A grandeza desses estará em nos perdoar e a nossa em ir até estes assumindo nossas falhas e tentando reconstruir relações quebradas por orgulho, vaidade ou egoísmo. É assim que a gente cresce como pessoa: Errando, se perdoando, restaurando o que fora quebrado e vigiando para não repetirmos erros. É a isso que chamamos vida. E viver pode ser complicado ou não. E isso só depende de nós e como lidamos com ela.
muito bom
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