Autor: Teobaldo Pedro de Jesus
A dor de se sentir rejeitado ou ter sido enganado por alguém só quem a sente que pode avaliar o seu tamanho, profundidade e intensidade. Quando algo assim ocorrer dilacera a alma e produz um estrago sem tamanho na autoestima de quem sofre tamanha ofensa. O sentimento latente que aflora mais rápido e com força, com certeza é a magoa. Uma espécie de sentimento que permanece represado dentro da pessoa produzindo subprodutos tais como rancor, amargura, ressentimento, raiva e às vezes ódio e desejo de vingança. Não raramente, o represar de tal sentimento pode induzir a práticas passionais absurdas e inconsequentes.
Aponte-me um ser humano, em qualquer época na história da humanidade e, com exceção do Senhor Jesus, direi que TODOS já magoaram alguém ou foram magoados, ao menos uma vez na vida. Sentir isso, a mágoa, por um breve momento, é até compreensivo e natural, pois somos imperfeitos e humanos. Temos sentimentos e sensibilidade, além do nosso senso comum de amor-próprio que nos induz a rejeitar o que fizerem de mal conosco. A indignação inicial deixa a mente da vítima da agressão psicológica turva, confusa e desalinhada. Esse desalinho emocional nos põe "fora de prumo" e se não cuidarmos com atenção desse estado de torpor e isolamento poderemos ficar também fora de rumo.
A escolha de não perdoar e guardar o ressentimento (que significa sentir de novo, e de novo... A mesma coisa, como se fosse para não se esquecer de lembrar a todo dia e a toda hora o mal que nos fizeram), nos manterá escravo do agressor. Escravo? Sim, isso mesmo. Posto que permanecer preso a tais lembranças emocionais ruins nos mantém ligados ao outro de um modo psíquico que nos prejudica, na somatização de doenças, nos mantém refém da dor que gera a mágoa e a amplifica na alma gerando uma constante ferida diuturnamente reaberta pela recordação sem perdão, que deprime e humilha.
O que recomendo que se faça, em casos assim, é muito simples e aprendi com o Mestre dos Mestres, da Vida, do Amor e da Sensibilidade, Jesus Cristo. Ele nos diz que: "se soubermos que o outro tem algo contra nós, devemos ir até ele, nos reconciliarmos e isso nos trará paz." Paz? Perguntaria você. Sim, paz! Por decidir libertar o outro de dentro de si, relevando a dor e suas consequências. Saber se ainda haverá um relacionamento ou não, tal qual antes, será escolha sua, dele ou de ambos. Porém, levar dentro de si a ferida que te aflige é no mínimo masoquismo ou busca de um ganho secundário pela compaixão e solidariedade dos indignados à sua volta, que sabendo do fato "se apiedam de ti". Caia fora disso!.
Você não é um coitadinho e nem nasceu para sofrer assim. Decida rejeitar tal dor dentro de si, bem como a auto piedade. Reaja sendo magnânimo: Perdoe! Depois siga com a sua vida, como achar melhor, esqueça o fato e se refaça, um pouco a cada dia. Torne-se mais prudente no futuro e não crie grandes expectativas em ninguém. Lembre-se de que as pessoas são tão humanas quanto você e por isso mesmo capazes de coisas as mais surpreendentes. Boas ou ruins. Perdoe!
Pastor Teobaldo – Teólogo, Educador, Psicanalista
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