Autor: Teobaldo Pedro de Jesus
Todo ser humano já experimentou a rejeição na vida. Tudo começa ainda no ventre, quando somos expulsos de lá, porém para uma nova vida. Uma vida surpreendente, intensa, à qual nos agarraremos com força, só que de um modo autoconsciente e responsável, mas que naquele momento do parto somos incapazes de compreender.
De igual modo quando nos sentimos rejeitados na vida adulta, insistimos em reproduzir tais sensações de "expulsão, solidão, carência afetiva e às vezes ate mesmo repulsa, discriminação e solidão". Tal circunstância costuma acarretar na alma de quem a experimenta um mal-estar indescritível, um aperto angustiante no coração e uma vontade imensa de se isolar e chorar a própria dor numa flagrante atitude de auto-vitimização que não concorre para ajudar ninguém a crescer e evoluir enquanto ser humano adulto, autoconsciente e responsável.
De igual modo quando nos sentimos rejeitados na vida adulta, insistimos em reproduzir tais sensações de "expulsão, solidão, carência afetiva e às vezes ate mesmo repulsa, discriminação e solidão". Tal circunstância costuma acarretar na alma de quem a experimenta um mal-estar indescritível, um aperto angustiante no coração e uma vontade imensa de se isolar e chorar a própria dor numa flagrante atitude de auto-vitimização que não concorre para ajudar ninguém a crescer e evoluir enquanto ser humano adulto, autoconsciente e responsável.
A verdade é que, ainda que de uma forma inconsciente, acabamos por reproduzir nossos medos primários de ficarmos sozinhos, abandonados, esquecidos, ridicularizados ou, usando uma palavra da modernidade, "bulinados na alma". Isso me faz lembrar da teoria de Charles Darwin, equivocadamente interpretada como a sobrevivência do mais forte, quando na verdade ela diz que sobrevive aquele que se adapta melhor a novas situações e realidades.
A vida não nos dá nada fácil de presente, exceto ela mesma. E ela, por si só, já é uma dádiva. Vivê-la - e vivê-la bem no sentido mais lato, completo e pleno da palavra "existir" - é um desafio, um exercício contínuo e dinâmico de aprendizagem diária, diuturna e necessária.
Sempre haverá alguma situação na nossa vida na qual nos sentiremos de algum modo como descrevi acima. Mesmo estando na idade adulta, sendo cultos ou não, membros de uma família estruturada ou não, pessoalmente bem sucedidos ou não, ocupando postos e gozando de prestígio na sociedade ou mesmo vivendo no obscurantismo e ostracismo, ainda assim permaneceremos sendo iguaizinhos numa coisa: Todos ainda seremos humanos! Isso mesmo! Seres humanos carregando dentro de si segredos, medos, frustrações, ilusões, sonhos, ambições, ideais e fantasias de todo tipo. Algumas coisas faremos questão de torná-las públicas e outras nos esforçaremos ao máximo para nos esquecermos delas ou cuidaremos para que jamais venham à tona. Não esqueçamos que todos nós somos "farinha do mesmo saco" chamado humanidade ou raça humana! Logo, em essência, somos iguais nas potencialidades boas ou más.
E é exatamente por sermos todos humanos e termos uma existência baseada nessa "trilogia existencial" feita de emoção, razão e espiritualidade, que vivemos nossas crises. Algumas solitárias, outras nem tanto. Mas o fato é que as vivenciamo e delas podemos tirar algum proveito para avançarmos na vida fazendo uma espécie de "upgrade" ou evolução do nosso ser, nos tornando, assim, cada dia melhores e aptos para enfrentarmos o desafio daquilo que nos assusta ou adoece (primeiro psicossomaticamente na mente agindo sobre o corpo e depois no corpo - soma - que assume a enfermidade como algo patológico ou físico em definitivo).
Podemos entender que se o "sentir-se rejeitado nos é inerente enquanto humanos que somos, podemos nos fazer perguntas a cada nova sensação desse tipo e na busca por respostas acabaremos por nos autoconhecermos, percebendo onde, como, quanto e porque somos tão frágeis a tais circunstâncias.
Em algumas dessas vezes a ajuda profissional se fará necessária para nos ajudar nessa busca por nossa própria essência pessoal. Contudo, em muitos casos a ajuda já está em nós mesmos e foi o Criador quem a pôs lá dentro. Só precisamos ter a coragem de nos perguntarmos acerca disso, sem temermos respostas as quais possam nos surpreender, assustar ou nos por em uma crise maior e mais profunda ainda. Tudo dependerá do quanto seremos fortes o suficiente para lidarmos com o que de fato somos, rejeitando aquilo em nós que precisa e pode ser rejeitado, assumindo novos paradigmas de vida e sobretudo se aceitando e se amando como pessoa. Pois, aquele que não se ama é totalmente incapaz de amar a qualquer outro ser.
Portanto, na próxima vez em que se achar ou se sentir rejeitado, ao invés de se acuar num canto com pena de si mesmo, se vitimizando ou poluindo sua mente, corpo ou espírito com tolas tentativas de amenizar ou aplacar a dor da alma, meras "válvulas de escape comportamental-emocional", busque respostas dentro de si mesmo. Sozinho ou sendo guiado por mãos competentes, mas as busque. Tire proveito de cada nova situação que enfrentar, boa ou ruim. Cresça e se torne alguém melhor a cada dia. Pense nisso! Um beijo no teu coração, o qual espero seja intensamente apaixonado pela vida.
Teobaldo Pedro de Jesus - Teólogo, Educador e Psicanalista.
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