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Desprendimento, opção contra o sofrimento.


                                                           Autor: Teobaldo Pedro de Jesus

Desprendimento é a decisão firme e interna de não se permitir prender a nada que te aprisione o ser ou magoe o seu coração. Em nossas relações se torna praticamente impossível termos sucesso sempre. É que às vezes os problemas simplesmente surgem por sermos diferentes ou pensarmos de um modo bastante pessoal que difere do grupo ou de alguém em especial. A falta de maturidade impede o outro de nos aceitar com nossa visão particular do mundo, da vida, e de tantas outras coisas. Daí nascem conflitos de opinião, os quais, invariavelmente produzem choques de relações os quais podem detonar de vez com qualquer tipo de relação.

O desprendimento é diferente do desapego. Este é a escolha tola de não se apegar emocionalmente a ninguém. Como se isso fosse possível, pois para se tornar real teríamos que descobrir a “fórmula mágica” de neutralizar as emoções em relação a outrem. Como isso não existe, logo é uma ilusão retórica, ou seja, não passa de “blá, blá, blá”. 

Por outro lado, o desprendimento é a capacidade racional de escolher não se prender a expectativas ou objetivos que não dependam só de você. É estar sempre emocionalmente alerta e atento para uma possível “surpresa” do tipo que possa te tirar do chão ou deixar de queixo caído. É entender que não estar preso não significa não querer mais, não desejar, não gostar, não pensar, não sonhar com algo, alguém ou um propósito na vida. Mas, sim que a sua visão da vida vai muito, além disso, e jamais ficarás limitado a um único aspecto da mesma.

Isso não é algo fácil de praticar, já que existe “manual de desprendimento ou desapego.” O que existe são experiências frustrantes e decepções que nos marcam, além de medos incoerentes decorrentes de perdas acumuladas na vida. E assim, nos tornamos seres “emocionalmente precavidos”. Isso não é um problema, a menos que se torne um agente interno limitador das relações nos fazendo julgar as pessoas a partir da referência anterior negativa com outras. 

Ora, cada pessoa é única em sua existência, emoções e vivências. Então, não podemos julgar um ser humano em função de outro. Nem nos acertos e nem nos erros, mas podemos sim aproveitar tudo que experimentamos e aprendemos para sermos mais prudentes no nível de envolvimento, na profundidade que mergulhamos numa relação ou mesmo no quanto permitimos que nos toquem.

Alguém pode estar com você há anos e um belo dia olhar em seus olhos e dizer “que não dá mais.” E aí, o que fazer? Sentar num canto se deprimir e chorar? Cair na gandaia e provar que há outras pessoas que te curtem? Viajar para esquecer? Beber até o fígado estourar? Odiar e planejar uma vingança? Nenhuma dessas opções me parece sensata. O que eu recomendo? “Bola pra frente”, pois a vida segue... 

Não fique prostrado chorando por que uma amizade, negócio ou uma relação de qualquer tipo que fracassou. É a vida, fazer o que? O que diria de alguém que investiu três anos de sua vida em 12 homens e ao precisar deles, olhou em volta e o abandonaram. Sabe de quem falo? Jesus! E o que Ele fez? Cumpriu sua missão e partiu. Vai tu e faze o mesmo! E sabe qual é a tua missão na Terra? AMAR! Foi para isso que você nasceu. E quem ama, perdoa. Jamais se vinga. 
Pense nisso! Shalom!



Pastor Teobaldo Jesus, Educador, Teólogo e Psicanalista

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