Só os solitários fracassam.
Autor: Teobaldo Pedro de Jesus
Nascemos sozinhos, mas só permaneceremos assim se o quisermos. Saímos do útero de nossa mãe e somos bruscamente apresentados a um novo mundo. O que era algo restrito e protegido se torna de súbito em um ambiente amplo com inúmeras possibilidades para o nosso ser. Mas, ao longo da vida precisamos aprender a nos relacionarmos com outros seres humanos como nós. E é ai que mora o perigo.
Relacionamento é algo muito complicado porque implica aceitar o outro com suas virtudes, mas também com suas fraquezas, medos, manias e atitudes às vezes quase insuportáveis. Não esqueçamos que o outro enfrenta os mesmos desafios em relação a nós, pois a recíproca é verdadeira. Ao decidirmos interagir com alguém e permitirmos que este interaja conosco, essa troca trará consigo coisas boas e ruins. Esse é o preço que se paga para viver no mundo. Ou aceitamos o pacote completo de uma relação ou viveremos isolados e solitários, além de possivelmente infelizes e tristes.
E quando o outro nos decepciona, trai ou magoa? Bem, aí, a escolha de permanecer interagindo e se relacionando será inteiramente nossa. Vale pesar na balança dos prós e contras e avaliar se vale a pena reinvestir nessa relação e tentar andar mais uma milha de companheirismo e cumplicidade. Isso só será possível se houver perdão sincero, ainda que o coração demore em sarar da ferida e dor causada por alguma ação do outro.
Como cristãos aprendemos que amar e perdoar são a essência do cristianismo. E de fato é sim! Mas, dizer que isso é uma tarefa fácil seria mentira. Principalmente quando a lembrança vem com toda força trazendo consigo a dor. No entanto, com o tempo, reeducando a sua mente e reavaliando seus conceitos, além de não parar de recordar que “perdoar é dar ao outro a chance de ser livre e feliz”, você se acostuma. E chegará um dia no qual tais lembranças ainda serão tristes, mas já não doerão tanto.
A grande lição que aprendemos é que vale a pena se relacionar, correr riscos de se decepcionar ou mesmo decepcionarmos alguém, por fraqueza ou falha de caráter. Vale a pena se atrever a caminhar junto, ainda que por um tempo, na sincera tentativa de ter alguém com quem dividir a vida, sonhos, tristezas e alegrias. Quer seja em um relacionamento íntimo ou mesmo uma amizade. Ainda que ocorra traição e venha da família, perdoe e siga em frente.
A vida é bela demais para ser desperdiçada por causa de uma experiência ruim. Tente e se esforce para reafirmar uma boa relação. Mas, se não houver jeito mesmo, pelo menos carregue consigo as doces recordações de bons momentos vividos outrora e siga em frente. Decida ser feliz. Construa pontes de relacionamento e o seja.
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