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Restaure teus sonhos 

como se fosse um jardim


Todo sonhador se move qual Dom Quixote a enfrentar moinhos de ventos, como se dragões o fossem ou buscando alcançar uma imaginária Dulcinea, personificação mental da perfeição poética do amor idealizado, puro e perfeito, romântico, sincero e verdadeiro ou simplesmente um símbolo do objeto utópico almejado. A ilusão poética tem esse inenarrável poder de produzir em nós o suscitar da esperança num doce e contínuo crepitar da chama viva da paixão, pela vida, pela existência, pelo SER, em tempos de hiper-valorização do TER. E é por isso que sonhadores se tornam emblemáticos na persistente luta do ser pelo direito pleno e livre de acreditar no lúdico e persegui-lo como essência de vida. No fundo, em nosso dias, todos precisamos de gente assim por perto, o tempo todo. São elas que nos inspiram naquilo que em nós fenece e estimula a seguir em frente, vivendo, crendo, sonhando, sendo…

No entanto, às vezes, alguns desses sonhos naufragam, morrem no nascedouro, abortam ainda informes, são destruídos, implodidos, massacrados, sufocados, abandonados ou encerrados. E em algumas circunstâncias isso ocorre alheio à vontade de quem conduz o sonho. É que alguns sonhos simplesmente não darão certo. E isso nem sempre será sua culpa.

O que fazer então? Só nos resta crer que, ainda que estes morram, tais sonhos deixarão sementes e que estas um dia brotarão de novo, trazendo de si mesmas novas flores, em essência igualmente belas e atraentes. Os bons sonhos têm esse surpreendente e apaixonante poder do renascimento. Portanto, sonhe! Acredite em seu potencial existencial e não desista de sonhar, por nada desse mundo. Nunca desista! Que o Mestre da Vida te unja com a doce capacidade poética de uma criança crédula que confia na mão que a conduz sem titubear e que, por isso mesmo, segue em frente sem temor.
 Teobaldo Pedro de Jesus - Teólogo, Educador e Psicanalista.

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