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A Morte do Picolé

Teobaldo Pedro de Jesus

Isso é uma estória e visa nos levar a uma reflexão sobre a brevidade da vida e o sentido do propósito pelo qual existimos. Um Senhor por nome Jeová de Jesus abriu uma sorveteria em um local distante e isolado aonde fazia calor quase que o ano inteiro. Logo se espalhou a notícia de que uma sorveteria chegaria àquele distante lugar inóspito e de difícil acesso. Os seus 895 moradores ficaram atônitos e ansiosos pela inauguração da referida fábrica de picolés, como eles a chamavam.

Chegou o tão almejado dia da inauguração e quase metade do povo do local estava ali. O Dono decidiu que o primeiro picolé de cada cliente seria por conta da casa e começou a distribuição. Em pouco menos de 1 hora já não havia mais estoque e restou apenas um picolé. Todos disputavam aquele último objeto de desejo e começaram uma grande discussão para saber quem ficaria com o mesmo. 

Só que de repente alguém perdeu o controle e empurrou a um conterrâneo e assim começou a balbúrdia generalizada resultando em não pequena confusão. Foi então que o Dono da sorveteria, um senhor muito sério, cristão temente a Deus e muito vivido, decidiu suar sua sabedoria de vida para lhes dar uma lição. Subiu sobre uma cadeira, com o ultimo picolé nas mãos e começou a lhes falar sobre o sentido da vida e o propósito da existência. Ele lhes disse que Deus não nos criou para sermos animais e sim humanos dotados de fé e vida que nos torne capazes de dignificar a existência. Assim nascemos pra nos amarmos e cuidarmos uns dos outros. E como vela que se queima inteira trazendo luz aonde só havia trevas assim é a nossa existência. Enquanto formos egoístas e cada um olhar apenas para o que lhe e de interesse particular jamais alcançaremos o proposito maior para o qual Deus nos criou que é uma Vida comunitária em amor.

E assim o velho senhor foi falando e enquanto falava segurava o desejado último picolé de morango, observado por todos que dividiam a atenção entre o objeto de desejo e suas palavras. Estava fazendo muito sol e o picolé derretia. Com houve quem desejasse ir até lá e tomar o picolé. Porém, por temor e vergonha ninguém o fez. A preleção durou uns 13 minutos e ao fim disso, sob um forte calor, o picolé derreteu. Foi então que o velho senhor decidiu concluir sua fala dizendo que no fim, a morte é o que nos iguala. E tudo que começa um dia terá fim. Portanto, aprendamos hoje a lição do picolé.

Então, de repente, do meio da multidão um menininho começou a chorar alto e a esbravejar repetidamente: O Picolé morreu (derreteu). Eu quero!

E como num passe de mágica, todos se deram conta de que o picolé existira para uma única coisa. Refrescá-los. Mas, por causa do egoísmo e disputas ele “morreu” sem cumprir seu propósito. E assim, aquele dia ficou conhecido não como o dia da inauguração da fábrica de picolés, mas sim como o dia da "morte do picolé". E o vilarejo, desde então, passou há todos os anos naquela data trocar picolés entre amigos como demonstração de amor fraterno e amizade. Assim, aquele último picolé cumpriu um propósito maior que os demais, pois os levou a olharem dentro de si mesmos e se tornarem melhores. 

Moral da Historia: Não espere ser o ultimo picolé para fazer a diferença na vida de alguém. Torne-se melhor agora mesmo. Deus te abençoe 


























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